Dizem que quando você não vai até a porta, a porta vai até você. Bom... Lembro de ter olhado para cima e ter visto o céu bem escuro, e dele caiam gotas de chuva dispersas. Naquela noite, não precisei olhar para baixo para saber que você estava ali comigo. Como já cantava Zélia Duncan, "a gente não consegue ficar indiferente, de baixo desse céu". As mesmas gotas são agora as que o meu orgulho não deixa rolar. O que me conforta agora, é saber que de qualquer forma algum dia eu teria mesmo que perder aquela inocência. O bom de tudo isso, é que a única coisa que ficou de ruim, foi o espaço aqui dentro que ainda não se acostumou. Numa noite posterior, eu levei o que era meu e estava contigo, o que mais me afeta foi não ter pegado com minhas próprias mãos.
Foi quando eu desfiz a troca. É incrível como aquilo parecia nunca ter estado dentro de mim. Hoje ainda dói, meu corpo rejeita, não reconhece. Fora isso, só ficaram boas lembranças e ao mesmo tempo em que não quero lembrar delas, porque ainda me fazem mal, preciso por pra fora. A forma que encontrei foi esse escrito, que funciona como uma chave que abre uma só porta. Porque você é a única pessoa capaz de associar essas palavras a fatos concretos não tão distantes. Só você sabe, e aposto como lembra. Tão bem quanto eu.
Textos bons. Porém velhos, bem velhos.
*Simbolismo segundo nosso amigo Wiki: O Simbolismo é uma tendência literária, da poesia e outras artes que surgiu na França, no final doséculo XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época.
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